Ford Escort: 40 anos de Brasil. Uma Terceira Geração de Ford Sucesso

Ford Escort: 40 anos de Brasil. Uma Terceira Geração de Ford Sucesso

O Ford Escort chegou ao Brasil em 1983. O nome Escort foi utilizado a primeira vez na versão perua do Ford Anglia dos anos 60 que fazia parte da linha Ford na Inglaterra. Sua primeira geração, já como modelo, nasceu em 1968, a segunda em 1974, ambas com tração traseira e fizeram enorme sucesso em ralis internacionais.(veja a seção pistas nestes)

A terceira na Europa, em 1980, idêntica a nossa, já com tração dianteira. O carro tinha 4,06 metros de comprimento, 1,32 de altura, 2,40 de entre-eixos e largura de 1,64 metros. Era um carro atraente e seu estilo podia ser chamado de dois volumes e meio já que havia um prolongamento após a porta traseira.

A Ford Brasil estava com um modelo moderno e ia competir com Chevrolet Chevette, com os carros da família Gol e os derivados do Fiat 147 como o modelo Oggi

O motor CHT (Combustão em Alta Turbulência/Compound High Turbulence) foi elaborado por Luc de Ferran, engenheiro que trabalhava na Ford e pai do piloto Gil de Ferran. Seu motor com quatro cilindros em linha, em posição transversal tinha comando de válvulas no bloco. Tinha 1.555 cm³, era alimentado por um carburador de corpo duplo e desenvolvia 77 cavalos na versão a gasolina e 78 na versão à álcool.Tinha câmbio manual de quatro marchas (opcional cinco ) com alavanca no assoalho. Sua aceleração 0 a 100 km/h era feita em 13,98 segundos e sua velocidade máxima era de 159 km/h.

Ótimo números para enfrentar a concorrência. O Volkswagen Passat também estava na mira. A direção era por pinhão e cremalheira e não contava com assistência. Era leve em manobras e também em circuito urbano ou na estrada. Usava pneus radiais sem câmera, rodas de aço estampado na mediada 155 SR 13 adequados ao carro. O modelo XR-3 usava rodas 14 polegadas, com calotas de náilon, e pneus da radiais 185/60

Havia também o motor CHT E-Max com 1.341 cm³ e 56 cavalos sendo um dos carros mais econômicos do Brasil. Ambos motores tinham origem Renault e vinham do Ford Corcel (saiba mais)

Seu peso era de 855 quilos e carga útil de 485 quilos. Neste Hatch que tinha uma terceira porta bem ampla e o banco traseiro podia ser rebatido. Em setembro de 1983 era lançada a versão com cinco portas.

Sua suspensão dianteira era independente, sistema McPherson, com braços inferiores transversais, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos e barra estabilizadora. Atrás também independente, com braço transversal, braços de reação longitudinais, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos. Tinha feios a disco na dianteira e tambor na traseira, com servofreio

Na Europa o Ford Fiesta tinha versão XR-2, o Escort XR-3 (abaixo) e o Sierra XR-4.A sigla XR para (Experimental Research , pesquisa experimental) Aqui a versão mais simples era a L, após a GL, o esportivo XR-3 e a luxuosa Ghia dos estúdios Ghia italiano. A empresa já havia colaborado em alguns modelos como o Taunus

Havia no Brasil o motor 1,3 e 1,6 litros que também estava disponível para a versão cinco portas do carro. As medidas externas  eram idênticas. E em dezembro de 1983 a Ford exportava 1.300 unidades para a Noruega, Suécia e Finlândia. O grupo propulsor era o mesmo, mas a suspensão dianteira era mais rígida, escapamento com chapa anodizada para resistir a forte corrosão do sal colocado nas estradas e ruas para absorver a neve e a exaustão recebeu uma válvula para diminuir hidrocarbonetos e monóxido de carbono atendendo as normas de poluição destes países. Por fora tinha faixas diferentes, faróis de neblina e por dentro bancos que podiam receber aquecimento.

O nosso Escort XR-3, assim como os modelos mais simples tinha bom conforto para cinco passageiros. seu motor com 1,6 litro, exclusivo a álcool (taxa de compressão 12:1)  , tinha desenho das válvulas diferentes, dutos de admissão, comando de válvulas que era lateral, carburador e curva de ignição.

Sua potência subia para 83 cavalos e 5.600 rpm e o torque máximo para 12,8 m.kgf a 4.000 rpm. O desempenho era bem melhor que os irmãos. A aceleração de 0 a 100 km/h em de 10,95 segundos e velocidade máxima de 178,00 km/h. Seu primeiro adversário na classe seria o Volkswagen Gol GT. Num circuito deixava para trás alguns de maior cilindrada e potência, pois era muito estável e firme nas curvas e, sabendo usar bem as marchas, aproveitando bem a potência, as subidas não eram problema

Bancos com apoios de cabeça e ótima visibilidade para todos os lados. Havia como opcional o teto solar com acionamento por manivela. Também, uma útil persiana no teto para quem não desejava o sol diretamente

Tinha ótimo painel com com conta-giros sendo que a faixa vermelha começava aos 5.000 giros. Seu velocímetro era graduado até 220 km/h e ainda continha marcador de temperatura e nível do combustível.Várias luzes espia ajudavam o motorista como alertas.

Volante esportivo com diâmetro menor. Tinha ótima pega com acabamento adequado e alavanca de marchas idem. Havia também toca-fitas. no console tinha uma gaveta para acomodar até quatro fitas K-7, controles do sistema de som e teclas para os faróis auxiliares. Também: Vidro traseiro térmico com limpador e esguicho para lavar. 

O Escort foi fabricado na Inglaterra, Alemanha, nos Estados Unidos (bem diferentes em termos de estilo), Brasil e Argentina. Era o carro mundial da Ford. A versão europeia Ford Escort RS Cosworth era muito desejada lá. E rara hoje

Era uma referência entre pequenos esportivos. Para quem mão sabe a Cosworth é uma fabricante inglesa de motores, para carros de corrida de várias categorias e fornece motores para sedãs pacatos se transformarem em carros de alta performance. Foi fundada em 1958 por Mike Costin e Keith Duckworth. O nome do motor surgiu da junção do sobrenome de ambos. Na década de 70 e 80 equipava vários carros de Fórmula Um o motor Ford Cosworth que conquistou vários campeonatos.

Abaixo um raro Ford Escort XR3 Pace Car (carro madrinha) 1984. Foram produzidos apenas 350 unidades no Brasil, para comemorar o Grande Prêmio de Fórmula Um de 1984, que foi patrocinado pela Ford.

Em 1985 chegava o Escort XR3 conversível, que neste ano custava quase o dobro de um Escort L. Era o segundo carro brasileiro de série feito em cooperação com a empresa Karmann, a mesma que fez para a Volkswagen o Karmann-Ghia (Conheça) A capota importada da Alemanha e recebia reforços na carroceria tornando-o 70 quilos mais pesado.A traseira tinha desenho diferente e com novas lanternas.

Um arco de proteção transversal ligava as colunas centrais de um lado a outro (abaixo) para aumentar a rigidez da estrutura. Algumas empresas especializadas já haviam feito carrocerias do Escort conversíveis mas sem o importante arco central

Em modelos conversíveis a rigidez sempre foi crítica! Havia também reforços estruturais no assoalho. Os vidros laterais traseiros não se abriram totalmente. Seu comportamento em ruas ou estradas era muito bom. Não tinha barulhos de carroceria como alguns esportivos da década de 70. Seu coeficiente aerodinâmico (Cx) era de 0,41 com capota fechada. Só este modelo tinha quebra-vento que também ajudava no reforço do conjunto. Era o único conversível de derivado de um modelo de produção em série no Brasil. Na Europa fez sucesso e era o “Cabriolet” da linha.


Por dentro da mecânica

O Escort de cinco portas não era mais produzido no Brasil desde 1986 justamente quando o mercado brasileiro começava a aceitar melhor essa opção. Havia no passado, principalmente na década 70, a opinião brasileira que o carro com duas portas era mais seguro!!! Abaixo um Raio-X do modelo argentino Guarujá

O sistema de freios e suspensão

E o sistema de abastecimento


1987

Em 1987 nascia a Joint Venture Autolatina que unia a Ford e a Volkswagen! O intuito era reduzir custos e unir esforços. Novos para-choque dianteira que fazia conjunto com a nova grade em poliuretano. Seguia o mesmo padrão europeu               

Outra versão já com para-choques na cor do carro. Era moda em todos fabricantes. Tinha molduras nos para-lamas, saias laterais e novas rodas identificavam a novidade. E recebia rodas de liga de 14 polegadas.

O leque de opções de cores era muito bom e tons perolizados estavam na moda.  Tinha novo estofamento, antena e espelhos externos com acionamento elétrico, luz de advertência para portas abertas, para-choques da cor da carroceria e temporizadores para desembaçador traseiro e luz de cortesia. Também regulagem de altura para o banco do motorista. Estas eram opções para os modelos Ghia e XR-3

Na linha 1988 o Escort recebia tanque de combustível de plástico (polietileno), também inédito em um carro nacional. A capacidade crescia de 48 para 65 litros, bem mais adequada ao período em que as versões a álcool, de menor autonomia, reinavam no mercado.

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Verona e Apollo ou Verona versus Apollo

Ambos tinham origem no Ford Orion europeu com quatro portas que era mais harmônico. As versões mais luxuosas e o Verona era o GLX e do Apollo a GLS. A trava elétrica, o ar condicionado e teto solar eram opcionais no Apollo. No Verona além desses, não tinha teto solar, mas podia ter rodas de liga leve, faróis de longo alcance, apoios de cabeça, espelhos elétricos e toca-fitas.  As primeiras versões eram equipadas com o motor 1,6 CHT que não era muito adequado ao peso de 980 quilos. Media 4,21 metros de comprimeto.

Abaixo um exemplar do Volkswagen Apollo que era idêntico ao Ford Verona da primeira geração fabricado entre 1989 e 1992.

Na Europa seu nome era Orion. Tinha versão com quatro portas e três volumes. Tinham motor com 1.781 cm³ e 93 cavalos de potência a 5.600 rpm na versão topo de linha. Ambos com cinco marchas e aceleração de 0 a 100 km/h em 12 segundos e velocidade final de 166 km/h. Usavam pneus na medida 175/70 SR 13. Os freios dianteiros eram a disco ventilados e traseiros a tambor com servo-freio.

A dupla da Autolatina custava cerca de 10% a menos que o Monza SL/E 2.0. O três volumes tinha porta-malas com capacidade para 384 litros.

Sua produção começou em 1989 e foi produzido até 1996, com uma interrupção durante o ano de 1993 (troca de geração).


Os Volkswagen Logus e Pointer

O Logus foi fabricado pela Volkswagen do Brasil entre 1993 e 1997.  Tinha só a carroceria duas portas, baseado na segunda geração do Escort com acabamentos nas versões CL, GL e GLS. A primeira (básica) trazia poucos equipamentos de série. Tinha motores com carburadores de 1,6 litros e de 1,8. A intermediária GL tinha acessórios, como vidros verdes, rádio e espelho de cortesia no para-sol do passageiro. A linha GLS, contava com motor 1.8 e com itens de série, como vidros, travas e espelhos com acionamento elétrico, rádio toca-fitas, faróis de neblina e volante com altura regulável.O Pointer chegou a ter uma versão 2000 GTi muito interessante.

Difíceis de ver ambos em bom estado de conservação.


Em 1989 o XR-3 passava a usar o motor AP 1.8 (1.781 cm³) da linha Volkswagen arrefecida à água com 99 cavalos a 5.800 rpm. Com o novo motor originário do Volkswagen 1.800 do Gol GTS, o modelo esportivo XR3 estava mais ágil, Fazia de 0 a 100 km/h em 10,45 segundos e chegava a 172,8 km/h na versão movida a álcool. Era mais rápido que o próprio Gol GTS, mas não alcançava o Gol GTI e Kadett GS ambos com motores 2.0. E recebia o câmbio de cinco marchas alemão do Volkswagen Golf.  E em 1989 entrava em cena mais um concorrente: O Chevrolet Kadett!

Com a crise do álcool em 1989, 1990 e 1991, chegava a versão a gasolina do XR-3. O carro ficou um pouco anêmico. A queda no desempenho foi significativa. Fazia de 0 a 100 km/h em 12,40 segundos e tinha velocidade final de 166 km/h.

Estava mais econômico fato não muito atrativo num carro esporte. Tinha consumo médio de 12 km/l o que era satisfatório para uma  autonomia de 550 quilômetros com o tanque de 64 litros. Se os postos se fechassem aos finas de semana outra vez o Escort já estaria preparado!

Havia também a versão conversível fabricada pela Karmann. Se distinguia dos outros modelos da linha na parte externa pelo aerofólio traseiro e spoiler dianteiro mais pronunciado. Nesta geração havia os filetes vermelhos.

Por dentro do XR-3 já com direção hidráulica no final da segunda geração

Em 1991 era importado da Argentina, a versão Guarujá  com cinco postas. Tinha filetes vermelhos contornando soleiras e para-choques preto. Era o começo do mercado comum sul-americano no Mercosul. Oferecido apenas com motor 1,8 a gasolina. Este combustível que voltara a predominar no gosto do brasileiro depois da crise de abastecimento de álcool em 1989. Tinha aerofólio traseiro, spoiler dianteiro e rodas de alumínio opcionais. São raros queles em bom estado hoje. Infelizmente esta ótima opção com quatro portas laterais só retornaria em 1997.Na Argentina havia cinco opções de motores: 1,3 OHV, 1,6 CVH (Compound Valve angle Hemispherical combustion chamber) , o mesmo com injeção, 0 1.8 CVH Turbo (132 cavalos) e até uma versão diesel 1.8.

Abaixo e acima modelos XR-3 muito atraentes em cores diferentes

Para encerrar a produção da primeira geração, a Ford lançou a série Fórmula em 1991. Era limitada a 750 carros nas cores vermelho Munique e azul Denver trazia faixas exclusivas, rodas diamantadas e amortecedores eletrônicos da marca Cofap. 

No final deste geração o modelo XR-3 Hatch e conversível ganhavam motor com 1.984 cm³ usado nos Volkswagen movido a gasolina idêntico ao Gol GTS, com injeção multiponto LE-Jetronic, 120 cavalos e torque de 17,6 m.kgf. Ambos eram equipados com catalisador, cambio com novas relações de marchas, nova calibração da suspensão e freios a disco nas quatro rodas.  A versão luxuosa Ghia tinha o mesmo motor, mas sem injeção.


1992 – Segunda Geração

E a primeira remodelação chegou em 1992

No Salão do Automóvel, em São Paulo, em 1992, o Ford o Escort chegava à segunda geração, mas era a quarta dos europeus, denominada Mk V. O estilo estava moderno e com bom gosto, mantinha o estilo de carroceria dois volumes e meio e linhas suaves com pontos arredondados. A distância entre eixos passava de 2,4 para 2,52 metros, deixando o carro mais confortável. Os passageiros agradeciam o aumento do espaço interno. Estava 5 centímetros mais largo e mais alto, mas quase imperceptível. O coeficiente aerodinâmico atual era de 0,35 ainda considerado muito bom! Abaixo um belo conversível.

As versões permaneciam L, GL, Ghia e XR3 (hatch e conversível) E chegava o mais despojado, mas mirava o público jovem. Era o Ford  Escort Hobby com o bom e velho motor Ford CHT 1,6. Por dentro trazia muita novidades.O volante esportivo de três raios tinha ajustes em distância ( novidade aqui) Um erro grave era o controle elétrico dos vidros que passava das portas, local mais lógico, para o console central. Na traseira, a terceira porta estava com abertura ótima! Abria desde a altura do para-choque!          

Em agosto de 1990, quando motores entre 800 a 1000 cm³ tiveram alíquota de IPI reduzida de 40% para 20% pelo governo os carros com até 1.000 cm³ entravam em cena. Eram o Uno Mille, o Chevette Junior, o Gol 1000 e o Escort Hobby fazia parte deste segmento. Seu motor tinha 997 cm³, taxa de compressão de 9,0:1 e um carburador de corpo duplo que lhe dava potência de 52 cavalos a 5.800 rpm. Só havia a versão a gasolina em 1993. E usava a antiga carroceria do modelo 1987.

Por fora tinha para-choques pretos, rodas comuns com ou sem calotas e seu interior era bem simples. 


A Separação

Em 1994 foi decido que as duas empresas, Ford e Volkswagen iam se separar e em 1996 encerrava em definitivo a Autolatina.

A separação foi amigável e ligadas a tendências e estratégias de negócios de ambas as partes.  Haviam algumas pendências que poderiam gerar problemas por conta da fabricação de carros que usavam o mesmo motor e plataforma. O Escort usava motor Volkswagen e esta usava carroceria (Logus) que era baseada no Escort e fabricados pela Ford. Após a separação ambos, Logus e Pointer foram descontinuados. Para solucionar o impasse, foi feito um acordo previa que, por um ano, que os produtos comuns seriam produzidos. No Brasil e na Argentina

Após este período, cada empresa deveria estar capacitada a trabalhar com seus próprios recursos. Ambas saíram vitoriosas! 


1995 

O Escort tinha versões 1.6,1.8 e 2.0 com acabamentos Hobby, GL, GLX, Ghia e XR-3. O sedã Verona baseado no Orion europeu de quatro portas fazia sua estreia em 1992 com um sedã três volumes com linhas bem harmônicas .O Versailhes e a perua Royale com duas portas/quatro portas baseada na perua Quantum ainda eram fabricados                                     


Terceira geração

A terceira geração foi apresentada no final de 1996, linha 1997 e trazia o Hatch, o sedã baseado no Orion europeu de quatro portas e a versão Wagon também com quatro portas. As linhas seguiam o estilo do Ford Fiesta, do Ford Mondeo 1997 que substituiu o Ford Sierra sucessor do Ford Taunus

E o novo motor Zetec, também em posição transversal, 1,8 litros, 16 válvulas e 115 cavalos de potência. Infelizmente todos raros em bom estado como estes. Em posição transversal tinha 1.796 cm³, quatro válvulas por cilindro, taxa de compressão de 9,8:1 e potência de 115 cavalos a 5.750 rpm. Era o primeiro carro nacional a ter  cabeçote multiválvulas. O motor era importado da Inglaterra, tinha cabeçote de alumínio e duplo comando de válvulas acionado por correia dentada de borracha. Tinha tuchos hidráulicos, sistema de refrigeração na parte interna dos pistões através de jatos de óleo. Tinha injeção multiponto sequencial.

Seu cambio mecânico tinha cinco marchas, era equipado com direção hidráulica e freios a disco ventilados com servo na dianteira e tambor na traseira. Seus pneus eram na medida 185/65 HR 14. Fazia de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos, os primeiros 1.000 metros em 32 segundos e sua velocidade final era de 198 km/h. Podiam ser equipados com ar condicionado, trava elétrica, coluna de direção ajustável e vidros com acionamento elétrico. Na versão GLX o único opcional era o air bag duplo. 

Em 2001 já faziam parte da linha o Ka, o Fiesta, o Escort como intermediário e o Focus lançado em 1998

Em 1997 estreava a tão esperada versão Station Wagon. Desde a primeira versão de carroceria já existia na Europa com quatro portas, duas e também a versão furgão Panel (chapas na lateral no lugar dos vidros). Tinha as versões GL e GLX com motor 1.8 Zetec. Ia fazer frente a Volkswagen Parati, Fiat Palio Weekend e Chevrolet Corsa Wagon. Com quatro portas e um ótimo porta-malas de 385 litros, era importada da Argentina com alguns componentes importados da Europa. Apesar de ser mais cara, era maior e mais confortável que as concorrentes. Suas vendas foram muito boas! Tinha opção de motores 1,6 e 1,8 litros. Dois anos após o lançamento, o motor 1.6 8V Zetec Rocam, com 95 cavalos era oferecido. A perua ficou com preço menor e consumo idem. O teto solar era um bom opcional assim como o bagageiro no teto. Tinha 4,33 metros de comprimento, 1,70 de largura, 1,41 de altura e pesava 1.212 quilos. Foi fabricada até 2003.

A última novidade da linha Escort, aconteceu em agosto de 2000. Chegava o novo motor nacional Zetec Rocam de 1,6 litro e oito válvulas, com 95 cavalos e e torque de 14,2 m.kgf.Estava disponível para a versão hatch de cinco  portas e para a Station Wagon. Desde 2001 os modelos sedã Verona e o Hatch 3 portas não eram mais fabricados. Foi produzido até 2003 deixando como sucessor o Ford Foucus


Na família

O amigo de Buenos AIres Mauro Manueles

O amigo Gustavo Morato, Doctor Ford


Nas pistas

Em 1970, grande e inesquecível ano para o Brasil na copa do Mundo de Futebol, o Escort também foi o  campeão do Rali da Copa, na prova Londres – Cidade do México. Também chegou em 3º, 5º, 6º, 8º e 23º. Saíram do Estádio de Wembley em 19 de abril e chegaram em 27 de maio ao destino final. Foram 25.758 quilômetros. Depois de percorrerem várias capitais e cidades famosas da Europa, 71 carros deixaram o velho continente em Lisboa, no navio Derwent,  e chegaram ao Rio de Janeiro. Depois foi muito chão pela América do Sul, pela América Central  até a terra dos Astecas. Participaram várias equipes oficiais de fábrica, particulares, amadores e aventureiros. Os oponentes sérios foram o Citroën DS (conheça) e o Triumph Stag 2,5 que chegou em segundo. Como curiosidade haviam dois Rolls-Royce sendo um Silver Cloud e um Silver Shadow (saiba mais) e um Moskvich russo que chegou em um honroso décimo segundo lugar.

O Rali da Copa do Mundo Londres-México teve sua largada no estádio de Wembley em 19 de abril e terminou em 27 de maio de na cidade do México. O percurso de 25.750 quilômetros  através da Europa e da América do Sul. Vinte países, mais de 100 participantes e somente 23 chegaram. Foram pilotados pelo finlandês Hannu Mikkola e pelo navegador inlgês Gunnar Palm.

Em 1968 o pequeno Ford Escort substituiu ao bem sucedido Ford Cortina nos ralis sendo que este teve versões apimentadas pelo tempero da Lotus para as corridas em circuitos também. Neste mesmo ano, o novo modelo da Ford Europa, ganhou o Rali da Acrópole, na Grécia. Deixou para trás nada menos que dois Porsche 911. Façanha notável.

No começo de uma carreira brilhante, o jovem piloto finlandês Hannu Mikkola, ganha o Rali dos Mil Lagos em sua pátria. A propósito, os finlandeses, Mikkola, Markku Alen, Ari Vatanen (conheça) , Timo Salonen e Juha Kankkunen sempre fizeram bonito nos ralis de todo o planeta. Para eles o ideal é muita neve, muita chuva e lama. E o compatriota Keke Rosberg fez o malabarismo e o espetáculo na Fórmula 1. Inesquecível.

Abaixo um Ford Escort 1600 RS 1971

Para completar a bela estreia do carrinho estreante da Ford, um piloto também bom de braço, Soderström ganha ainda no mesmo ano o Rali dos Alpes Austríacos com o Escort TC e Roger Clark fatura o das Tulipas na Holanda.

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Em 1969 mais três vitórias: outra vez Rali dos Alpes Austríacos, das Tulipas e o da Tchecoslováquia. O Escort Twin Cam de 160 cavalos que pesava 785 quilos tinha como  concorrentes no final da década de 60 e começo de 70, o Alpine-Renault  A110 (Conheça) , o Lancia Fulvia 1600 HF e o BMW 2002 TI. Foi também o campeão europeu no ultimo ano da década de 60.

Abaixo um Ford Escort 1600 RS 1975 da categoria Heritage Touring Cup nas corridas de Veículos Históricos de Competição

Abaixo um Ford Escort 1600 RS Broadspeed 1973

Em 1973 ganhou o Mil Lagos e o RAC. Ficou em terceiro no campeonato com 76 pontos.  

Em 1974, de novo em terceiro no campeonato com uma dobradinha no Mil Lagos graças a Mikkola e Mäkinen e outra vez no RAC. Coincidência ou especialistas? Num documentário da TV alemã sobre a história do automóvel, que foi emitido pela TV Educativa aqui no Brasil, em capítulos, numa cena, na neve, estavam os dois carros na prova finlandesa disputando a primeira posição, num trecho onde mal se havia a estrada pois tudo estava coberto de neve.

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Alguns telespectadores pensavam se tratar de uma exibição de profissionais de espetáculo. Mas eram cenas reais do rali. Puro profissionalismo e capacidade destes pilotos. Um balé sobre rodas.

Abaixo um Ford Escort 1600 RS 1972

Esta categoria chega a ser a mais disputada e com maior numero de concorrentes. Pertencem a categoria U2TC – Heritage  Touring Cup: Esta reúne carros do inicio do Campeonato Europeu de Turismo. Eram carros de cilindrada variada, 1.750 à 5.300 cm³  que enfrentavam com galhardia as grandes provas de seis horas, doze horas e até as 24 horas de Le Mans.

A segunda geração

Um Ford Escort 1800 RS Zakspeed 1975

Um Ford Escort RS Zakspeed 1975

Em 1975, o modelo RS 2000 ainda de segunda geração nas mãos de Timo Makinen,  ganhou a prova do RAC. Não ganhou outras provas porque a Ford este ano não se engajou de forma plena. E a concorrência não estava fácil: – Lancia Stratos, Fiat 131, Alpine, Opel Ascona e Peugeot 504.  

  • Em 1976, pilotado pelo finlandês Ari Vatanen, o modelo RS1800 faturou o campeonato britânico de rali. No Mundial venceu novamente o RAC (Royal Automobile Club), chegou em segundo nos 1000 Lagos da Finlândia e em quarto no Monte Carlo.
  • Em 1979 foi campeão mundial. Como sempre no RAC, brilhou nas mãos de Makinen, Mikkola e Clark. Segundo a imprensa da época, a concorrência estava meio adormecida.
  • Em 1980, 1981 ficou em terceiro. Em 1982 e 1983 não participou.

Em 1985, já com o modelo que conhecemos por aqui, ficou em 5º. O campeonato foi dominado pelo Peugeot 205.


No Brasil

O nosso Escort colheu seus melhores resultados aqui foi nos autódromos nacionais. O primeiro bom resultado foi nas Mil Milhas Brasileiras de 1984 . No final deste ano, um carro preparado pelo competente Luiz Antonio Greco, estava pronto para disputar o Campeonato Brasileiro de Marcas. Pesava 750 quilos e desenvolvia 110 cavalos a 7000 rpm. Sua velocidade final estava por volta dos 205 km/h. A dupla Liam Duarte e Fábio Greco ganhou o Campeonato de Brasileiro de Pilotos em 1985. O Escort da Equipe Greco foi o carro que mais fez pontos na temporada.

Em 1986 seguia o regulamento FISA “A” e sua preparação era limitada. As peças do motor podiam ser retrabalhadas mas tinham que ser originais. Exceção feita ao diferencial autoblocante importado da marca Hewland. O coletor também podia ser alterado e a instalação de um radiador de óleo era permitida. O tanque de combustível tinha capacidade para 90 litros o bastante para correr nas provas de longa duração. Ganhou a prova Duas horas de São Paulo dia em que São Pedro não perdoou e Paulo Gomes deu um verdadeiro show de pilotagem debaixo d’água..

Nos 300 quilômetros do Rio de Janeiro o mesmo Paulão venceu uma das baterias da prova. No restante da temporada as equipes que corriam com o Escort tiveram muitos problemas.

Em 1987 correu tanto na categoria turbo quanto aspirado na Copa Shell de Marcas e Pilotos. O desempenho foi muito bom.


Em Escala

Um belo modelo na escala 1/18 da Sun Star

Na escala 1/43 da Coleção Carros Brasileiros

Bem feita

A história do Escort nas escalas 1/32, 1/43 e 1/64. Marcas Kinsmart, Bburago, Hotwheels e Matchbox


Texto, fotos e montagem Francis Castaings  – Colaboração fotográfica Gustavo Morato e Willer Sarmento Campos (Belo Horizonte), Marcelo Migueletto de Andrade (Juiz de Fora) e Mauro Venturino (Buenos Aires,Argentina). Demais fotos de divulgação.                               

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