Ford Torino: Com carrocerias sedã, cupê e Wagon, ficou mais conhecido como Muscle Car

Ford Torino: Com carrocerias sedã, cupê e Wagon, ficou mais conhecido como Muscle Car

Grandes cupês sempre foram presença forte no mercado norte americano, das marcas Ford, Chevrolet, Chrysler, AMC, Rambler… sendo que os mais potentes com motores de alta cilindrada com oito cilindros em ”V” faziam mais sucesso. A poderosa Ford lançou o modelo Torino, para entrar neste mercado atraente e o novo Ford com carrocerias sedã, cupê e perua foi produzido entre 1968 e 1976. Foi preparado para substituir o bem-sucedido Fairlane, abaixo, que passou a ser uma sub série do Torino , mas o Fairlane foi mantido no mercado até 1971 e tinha semelhanças com o novo Ford Torino.

Homenageando a cidade no noroeste da Itália onde fica a sede da Fiat. O primeiro Torino era grande, como a maioria dos carros americanos (5,10 metros de comprimento, 2,95 metros entre eixos) e com vasta opções de carrocerias: fastback e hardtop de duas portas, hardtop de quatro portas, conversível e perua. Uma linha completa como era comum a todos concorrentes.

Maior que o Ford Fairlane do ano anterior, usava uma construção padrão americana de carroceria monobloco sobre chassi, motor dianteiro, suspensão dianteira independente com molas helicoidais, traseira de eixo rígido com feixe de molas semi-elíticas e pneus 7,35-14 (F78-14 nas versões superiores). O peso entre  1.310 a 1.585 quilos conforme a motorização. E mesmo assim eram chamados de “Mid Size”

Seus propulsores com oito cilindros em ”V” de 302 pol³ (4,95 litros, como o de nossos Ford Linha Galaxie, LTD e Landau e Ford Maverick) e o 390 pol³ (6,4 litros). O mais simples tinha 250 pol³ (4,1 litros) com seis cilindros em linha. O mais potente tornava-o um Muscle Car, categoria que encantou os americanos entre o meados da década de 1960 e o início da de 1970 o  GT era a versão esportiva, com faixas decorativas, rodas de aço mais largas, pneus do tipo Wide Oval com a inscrição branca bem visível. Havia também a opção de câmbio de quatro marchas manual com alavanca no assoalho.

Já no primeiro ano o Torino era o carro madrinha (Pace Car) da 500 Milhas de Indianápolis, corrida mais tradicional dos Estados Unidos. Todos carros madrinha nesta prova eram conversíveis. A divisão Mercury também tinha a versão Cyclone.  A picape Ranchero adotava no mesmo ano o estilo frontal da linha.

Em 1969 chegava o Torino Cobra (serpente, naja, em inglês), com o versão que seria usado com sucesso no Ford Mustang a partir da década seguinte. Disponível com carroceria o Hardtop ou Fastback de duas portas. Era dotado com o V8 de 427 pol³ (6.997 cm³) e carburador de corpo quádruplo, o famoso Quadrijet,denominado Cobra Jet, que desenvolvia potência de 335 cavalos e torque de 60,8 m.kgf.

Por dentro velocímetro graduado a 120 milhas por hora, 198 km/h, marcador de temperatura, nível do tanque, hodômetro total, controles para aeração interna e o conta-giros opcional adaptado. Volante com um raio central, bom diâmetro e acionador de buzina também central. Ótima posição dos pedais e alavanca em posição típica americana. Logicamente um só pedal no caso de cambio automático. Freio de estacionamento acionado por pedal a esquerda. E nesta época a afogador era acionado, pois nos Estados Unidos em vários pontos do país tem temperaturas abaixo dos 15 graus centígrados

O opcionais incluíam bancos dianteiros individuais, câmbio no assoalho, escapamento duplo e suspensão mais firme, além de rodas de 7 polegadas de largura com pneus F70-14. Havia as opções de uma tomada de ar no capô chamada de Ram Air e diferencial autoblocante . Era a resposta da Ford ao também potente e concorrente Plymouth Road Runner, o papa léguas da Chrysler.

Também, em 1969, Torino Talladega que se referia ao circuito da Nascar no estado do Alabama. Por volta de 750 unidades licenciadas para as ruas e largas avenidas com pavimentação correta. Assim poderia competir nas provas da Nascar desafiando o Dodge Charger, AMC Matador, Plymouth Belvedere, Plymouth Superbird, uma variação do Charger Daytona, Chevrolet Chevelle, Chevrolet Malibu, Chevrolet Monte Carlo… Abaixo um GT 390 SportsRoof. O Torino foi escolhido pela Ford para ser seu carro nas corridas da NASCAR de 1968 até 1977.

O motor Cobra Jet 428 tinha 335 cavalos declarados, por causa das companhias seguradoras, como ocorreu com o Plymouth Barracuda, mas estava perto dos 450 cavalos, sendo que a frente tinha  doze centímetros a mais para melhorar a aerodinâmica. Mesmo pesando mais de 1.600 quilos e usando câmbio automático de três marchas, o carro acelerava de 0 a 100 km/h em 6,0 segundos e beirava os 205 km/h.

O sedã quatro portas mantinha um apelo esportivo, sem coluna “B” central, e também tinha na frente de faróis atrás das em 1970.

Em 1970, uma novas linhas seguiam o conceito mais apreciado nos EUA: mais longo, tinha 5,23 metros, largo e baixo. As linhas estavam mais fluidas e havia opção dos faróis atrás das grades retrateis, eram vistos quando acesos, solução já vista no Dodge Charger. Tinha a mesma carroceria do Fairlane da sétima geração. Novos motores surgiam no catálogo: O famoso Cleveland cidade onde era produzido de 351 pol³ ou 5,75 litros, com 250 cavalos usando carburador duplo e 300 cavalos com Quadrijet; e os Thunder Jet, Cobra Jet e Super Cobra Jet de 429 pol³ ou 7,00 litros, com potências de 360, 370 e 375 cavalos, todos com carburador Quadrijet.

As versões GT e Cobra ofereciam numerosos opcionais: Superava 50 itens! Havia no leque de opções bancos de encosto alto, câmbio de quatro marchas com o renomado trambulador/alavanca da marca Hurst, rodas cromadas de 15 polegadas e conta-giros. Abaixo um conversível, ano 1970, com 351 pol³ podendo ser equipado com motor Cleveland ou Windsor. As faixas laterais em tons de laranja eram comuns também a picape Ranchero.

No GT havia ainda faixas laterais decorativas que refletiam cores variadas conforme a incidência da luz. Abaixo a perua

Enquanto os modelos esportivos atendiam a entusiastas com diferentes preferências, o Torino Brougham, o luxuoso topo de linha, de quatro portas, sem coluna central ou molduras nas janelas, representava a ala sofisticada da família.

Nova reforma estética era introduzida para 1972, em que a grade dianteira estava bem maior como vários Ford. As medidas estavam ainda maiores: de 5,54 metros para o cupê, 2,01 de largura e 1,36 de altura,  conforme a versão, com entre eixos variando entre 2,9 e 3,0 mtros e peso entre 1.650 e 1.890 quilos . O conversível e a sigla GT deixavam o catálogo, enquanto a denominação Gran Torino passava a indicar o topo da linha. A oferta era composta, assim, pelo Torino Standard, Gran Torino, Gran Torino Sport e a perua Gran Torino Squire. Apenas o Sport não oferecia a versão quatro portas. Chassi, proteção lateral contra impactos, como os concorrentes e sistema de ventilação eram aperfeiçoados. Abaixo a Ford Torino Wagon Squire

Começava com um seis cilindros em linha, 4.092 cm³ e modestos 96 cavalos. Havia o propulsor com 6.589 cm³ e 180 cavalos a 3.800 rpm de torque máximo, outro com 7.536 cm³, 142 cavalos, 163 a 202 cavalos com torque de 48.7 mkg.f, taxa de compressão de 8:1. Melhorava muito com 251 cavalos a 5.400 rpm com o carburador de corpo quádruplo. A velocidade final variava entre 160 a 190 km/h. A capacidade do tanque era de 100 litros. Os pneus tinham a medida F 78 x 14.

Nova frente em 1973. Abaixo com frisos horizontais, mas o Gran Torino vinha com grade com frisos verticais. Como o Ford Ranchero

Com a entrada de normas de emissões poluentes e a caça das seguradoras aos carros potentes, a Ford limitava a oferta de grandes motores: Havia o propulsor com 6.589 cm³ e 180 cavalos a 3.800 rpm de torque máximo, outro com 7.536 cm³, 154 cavalos a 202 cavalos com torque de 48.7 mkg.f, taxa de compressão de 8:1. A velocidade final variava entre 160 a 190 km/h. A capacidade do tanque era de 100 litros. Os pneus tinham a medida de HR 78 x 14.

Em 1975, seu penúltimo ano, o Torino já se tornara um cupê de luxo sem apelo para os que gostam de acelerar. A versão menos potente com o seis cilindros em linha  de 4,1 litros, tinha 95 cavalos. Entre os opcionais estavam teto revestido em vinil, controle elétrico dos vidros, direção assistida, freios dianteiros a disco (de série na perua) e ajuste elétrico dos bancos, um requinte. Foram produzidos cerca de 1,8 milhões de unidades em todas as versões.

Não foi tão longevo quanto o Fairlane, Galaxie, LTD ou Mustang. Mas marcou muito as ruas, pistas e se eternizou no cinema e na TV


Polícia – A partir da década de 60 e 70, vários países do mundo tinham modelos especiais para os homens da lei.

O motor V8 460, 7,5 litros, com quatro válvulas por cilindro, também chamado de Lima, Planta localizada em Lima, Ohio nos EUA, o 385 Series código Police C, com 240 cavalos para a Califórnia. Também havia, para outros estados mais liberais, o 302, o 351 e o 400 com duas válvulas por cilindro. Calçava pneus H78 x15 BSW chamado de “Police Special Tyres”. Um pneu com código H pode suportar velocidades de até 210 km/h.

Picape

A picape Ranchero com a mesma frente do Torino

Bela dupla

Após alterações nos para-choques em 1973, para atender às regras de segurança contra impactos da rigorosa legislação americana, a crise de petróleo mundial, o Torino para o ano seguinte ganhava novo estilo frontal. Estava perdendo a esportividade para se tornar um cupê de luxo, como acontecia àquela época com outros carros de grande desempenho. Em 1976, com estilo pouco atraente, sua produção era encerrada, abrindo caminho para um novo LTD. Abaixo um modelo 1973


Nas Telas

Ford Gran Torino 1976

Starsky & Hutch foi uma série de televisão americana da década de 1970, criada por William Blinn e produzida pela Spelling-Goldberg Productions. Exibida pela rede ABC entre abril de 1975 e maio de 1979. Contou com 92 episódios de 60 minutos cada. David Soul, faleceu em janeiro de 2024, foi Kenneth “Hutch” Hutchinson e Paul Michael Glaser foi o Detetive que viveu Dave Starsky.Em 2004 foi lançado o filme Starsky & Hutch – Justiça Em Dobro, dirigido por Todd Phillips e estrelado por Ben Stiller e Owen Wilson, inspirado na série de televisão.

Outro ótimo filme é Gran Torino. de 2008. Clint Eastwood interpreta Walt Kowalski, um trabalhador aposentado da Ford americana e  veterano da Guerra da Coreia. Ele passa seu dia bebendo cerveja e faz reparos em sua casa. Fazia questão de sempre dizer que sabia consertar muitas coisas. Ele possuia um belo Ford Gran Torino Verde e uma picape F-100 1972.

É vizinho, mas não muito simpático de famílias asiáticas, negras e latinas no bairro onde mora. E se torna um herói relutante quando fica ao lado de um adolescente asiático que foi forçado por uma gangue a roubar seu precioso automóvel. Uma improvável amizade se desenvolve entre os dois, e Walt aprende que tem muito em comum com os vizinhos asiáticos. A direção também é de Clint Eastwood e o filme recebeu o prêmio da Academia Japonesa de Cinema para Melhor Filme em Língua Estrangeira e Clint o de melhor ator da National Board of Review Award por sua ótima atuação. Em DVD e merece ser visto pela história e pelos carros!


Em Escala

Abaixo dois Torino Nascar, um verde, nº68 e outro vermelho, nº78 personalizado pelo auto desta, na escala 1/64

Um bem conhecido da TV


Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de publicação do site

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