Plymouth/Chrysler Valiant V200 – Arrojo no Designer
No fim da década de 50 e começo da década de 60 aconteceu uma revolução, em termos de tamanho, nos carros americanos. Eram os novos compactos. Na Ford o Falcon, na Chrysler o Plymouth Valiant e em 1960 a Chevrolet lançava o Chevrolet Corvair. Todos com menos de cinco metros, mas bom espaço interno. O Falcon tinha linhas tradicionais, já o novo Valiant era arrojado. Tanto na dianteira quanto na traseira. Era muito interessante e saia da mesmice. O novo automóvel tinha, como tradição, motor dianteiro e tração traseira. Media 4,67 metros de comprimento, largura de 1,79 e altura de 1,35. A carroceria era chamada A-body (carroceria A). O modelo V100 tinha carroceira com acabamento mais simples. O nome Valiant pode ser traduzido como valente, corajoso ou audaz.
Seu peso era leve se comparado aos outros americanos de outras categorias. O projeto era de Virgil Exner, um designer de grande talento. Sua carreira começou na General Motors, passou pela Studebaker e em 1949 entrou na Chrysler. Nestas empresas fez projetos muito interessantes.
Quanto ao Valiant sua carroceria principal era um sedã quatro portas e a perua Suburban pouco ortodoxa também no que se refere a estilo. Na frente quatro faróis circulares e grande em formato de trapézio invertido. E podia transportar sete passageiros. Sua espaço de carga era de 2,0 m³. Na versão americana, na parte superior da tampa do porta malas havia um um ressalto que destacava que seria o local do pneu sobressalente. Mas ele ficava no fundo, dentro. e não fixado neste.
O motor mais conhecido como “Slant Six”, com ângulo de 30º, era arrefecido a água, dianteiro com seis cilindros em linha. Este “225” tinha 3.687cm³ de cilindrada e seu curso era 86.6 x 104.77mm. Sua taxa de compressão era de 7,3:1 e potência de 137 cavalos a 4.000 rpm. Era alimentado por um carburador Holley RX e seu torque máximo era de 28, 45 mkgf a 2.400 rpm. Sua tração era traseira e era servido por um cambio de três velocidades com alavanca no volante. Era clássico em sua concepção mecânica. Pesava 1.325 quilos e sua velocidade final era de 160 km/h. Os quatro freios eram a tambor e insuficientes para o peso e porte do automóvel. A primeira opção era um propulsor de 2,8 litros e 101 cavalos de potência.
Outra opção, também com seis cilindros era o Slant Power RG 225. Com a taxa de compressão um pouco maior tinha 145 cavalos de potência a 4.000 rpm. O Torque subia para bons 29,7 mkgf a 2.400 rpm.
Havia uma caixa manual de três marchas, e também com três velocidades na versão automática acionada por botões que não era novidade na empresa, pois já tinha sido aplicada em modelos de luxo como o 300 C. A suspensão dianteira era independente, com barras de torção, e atrás tinha eixo rígido e feixe de molas semi-elíticas. Seus pneus eram na medida 6.40-13 com perfil diagonal.
Além de o maior e o mais estranho do trio compacto, o Valiant era reconhecido como o mais bem projetado. A melhor prova disso veio com a recém-criada categoria Nascar de compactos que ele venceu — seguido de seis outros Valiants!
Por dentro era confortável para duas pessoas na frente e seu painel era simples. Observe os botões da caixa automática. No painel velocímetro graduado a 120 Milhas por hora, a esquerda e a direta temperatura do motor, nível de gasolina, o amperímetro e luz de advertência de nível/temperatura de óleo. Volante de três raios de desenho simples e aro de buzina cromado. Tinha assistência hidráulica. Os bancos dianteiros eram inteiriços, podia ter opção de apoio de braços, mas tinha opção do encosto reclinável . O cambio manual tinha alavanca na coluna sendo que a primeira marcha não era sincronizada.
Em 1961 o Valiant passava a constar no catálogo da divisão Plymouth. Oferecia a opção do Slant Six de 3,7 litros e 145 cavalos e um hardtop duas-portas com uma inusitada janela fixa na lateral traseira. Com poucas alterações, ganhava um primo na linha Dodge, o Lancer. Para 1962, a Plymouth disponibilizava a versão Signet com bancos dianteiros individuais. Para o ano seguinte chegava a primeira reestilização completa, que deixava o carro moderno e discreto. Pela primeira vez, a linha contava com um conversível, o mais barato do mercado americano. Mas não era mais um exercício de desenho audacioso.
Foi fabricado pela Chrysler-Fevre Argentina S.A,em San Justo, Buenos Aires, Argentina. Período 1962-1968. Houve também a versão Lancer nos Estados Unidos e lá na Argentina se chamou Chrysler Valiant
O modelo apresentado é da primeira geração (1960–1962)
A segunda (1963–1966) que já incluía um V8 com 4,5 litros
O sedã
Em 1964 uma nova linha era lançada com a carroceria remodelada e mais moderna. Para o Dart e para o Valiant. Tinham carroceria quatro portas, cupê fechado e conversível.(1967–1973)
A seguinte (1967–1973) quase idêntico ao nosso Dodge Dart
No Mundo
Foi fabricado no Canadá (1960-1966), Austrália (1962–1981),México (1963–1988),Nova Zelândia (1963-1981), Argentina (1962–1968), incluído a segunda geração, o modelo apresentado nesta da primeira e África do Sul (1960-1980)
Hiper-Pak – Um motor Slant-6 fundido em alumínio com coletor de admissão de produção em série.
O diretor de planejamento de produto da Plymouth, Jack Charipar, deu impulso a uma versão de corrida de Stock Car/Nascar do Valiant, e enquanto os engenheiros da Chrysler desenvolviam o Hyper-Pak para a pista, a opção de kit de ajuste do revendedor Hyper-Pak foi disponibilizada em quantidades limitadas em dezembro em 1º de janeiro de 1959. Os recursos incluíam 233 cavalos a 5400 rpm, uma taxa de compressão de 10,5: 1, canos de descarga escapes duplos, o tanque de combustível maior, com capacidade de 15 galões ou 57 litros. Dick Maxwell, engenheiro da Chrysler responsável por muitos dos Super Stock Mopars, lembra que “Quando a NASCAR decidiu realizar uma corrida de pista de curta na mesma no mesmo traçado da Daytona 500 de 1960, todas as fábricas se envolveram. Construímos uma frota de sete Hyper Pak Valiants. Em ¼ de milha, atingia 90 mph (148,5 km/h) em 9,4 segundos. Nada mal para um seis cilindros.
A nova categoria de carros compactos da NASCAR estreou no Daytona International Speedway em 31 de janeiro de 1960. A primeira de duas corridas foi um percurso de estrada, que usou uma parte de 1,5 milhas (2,4 quilômetros) do tri-oval com curvas na parte alta junto com um trecho interno sinuoso plano por uma distância de volta de 3,81 milhas (6,13 km). A duração da corrida foi de 10 voltas, 38,1 milhas (61,3 quilômetros). Com uma velocidade média de 88,134 mph (141,838 km/h), Marvin Panch levou seu Hyper-Pak ao primeiro lugar; todos os Hyper-Paks varreram os concorrentes conquistando os sete primeiros lugares. A segunda corrida do dia utilizou apenas a pista tri-oval, 20 voltas em sua extensão total de 2,5 milhas (4,0 quilômetros ), totalizando 50 milhas (80 quilômetros ). Um acidente com vários carros na quarta volta danificou os quatro líderes dos Valiant’s, incluindo um dirigido por Richard Petty. Panch não estava entre eles porque problemas com o carro atrasaram sua largada e ele estava no momento ultrapassando carros mais lentos na retaguarda do pelotão quando os líderes bateram. Após um reinício, Panch foi para o primeiro lugar e permaneceu, com velocidade média de 196,794 km/h (122,282 mph). Os Valiant’s restantes colocaram ficaram na disputa e Panch novamente entrou no Hall dos vencedores. Maxwell lembra novamente que “Era uma pista de Plymouth. Terminamos do primeiro ao sétimo. Nossos carros eram tão rápidos que a NASCAR nunca mais fez aquela corrida.”
Em Escala
Duas gerações distintas na escala 1/64. Os Dart vem na cor vermelha, azul e Zamack com faixas verdes. Bacanas!
Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de publicação
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