Ventura: Um Esportivo com Talento
A carroceria em plástico reforçado com fibra de vidro do Ventura foi moldada sobre a carroceria do SP-2. Sua mecânica era a mesma do SP-2 no que se refere a motor,caixa e suspensão. Foi apresentado no Salão do Automóvel em São Paulo em 1978 e foi produzido até 1988 pela empresa L’Automobile a mesma que fabricou a réplica do Alfa Romeo 8C 2300 Monza 1931 também com motor traseiro arrefecido à ar. O Ventura também usava vários componentes do SP-2. E de outros carros de grande produção
Usava várias peças de outros modelos nacionais produzidos em série: O volante esportivo da marca Phanter, os faróis eram do Dodge 1800 Polara e as lanternas traseiras e as maçanetas embutidas do Alfa Romeo 2300. Tinha 4,14 metros de comprimento., largura de 1,63 e altura de 1,18 metros. Usava pneus 185/70 HR 14 mais do que suficientes para seu desempenho. Seu acabamento era muito bom, luxuoso por dentro, muita instrumentação e ótimos bancos reclináveis em couro.Usar peças de outros carros era vantajoso,pois fácil de encontrar no mercado.
Foi exportado para a Argentina, Paraguai e em kits para os Estados Unidos. Seu preço na época era equivalente a três Volkswagen sedã. Em 1983 ganhou os faróis do Passat Pointer e lanternas do Corcel II. Foi sua primeira reestilização. Um diferencial era, na sua versão mais luxuosa, tinha o motor Passat TS 1.8 na traseira e em 1988 usou o motor 2.000 do VW Santana no Ventura II. Neste ano a fábrica encerrou as atividades . Tinha como concorrentes na década de 80 o Squalo, o Lorena, o Shark, o Miura, o Bianco, o Tarpan, o Malzoni GT (Não confundir com Malzoni DKW), o Adamo e o Envemo Super 90 (réplica do Porsche 356) que tinham a mesma mecânica Volkswagen arrefecida à ar do Ventura.
O cuidado com o acabamento artesanal era de qualidade com os materiais empregados.O painel, o console central e o túnel central sobre o cambio eram forrados em couro de boa qualidade. Um dos destaques eram os bancos reclináveis envolventes, com alto-falantes incorporados aos encostos de cabeça e revestimento em veludo.
Outro detalhe interessante era os cintos de três pontos eram retráteis. Alguns modelos receberam teto solar deslizante. Ainda toca-fitas com antena elétrica, ar-condicionado e vidros elétricos.
A instrumentação era completa no esportivo . O velocímetro era graduado em otimistas 200 km/h, o conta-giros até 5.000 rpm era mais adequado com o motor 1.6 a ar. Além do marcador de combustível, havia amperímetro e termômetro de óleo, todos de boa visibilidade. Seu primeiro motor era o mesmo 1600 do SP-2, plano, usado também no TL e na Variant. Um boxer com quatro cilindros opostos , 1584 cm³, 75 cavalos de potência a 4.700 rpm, alimentado por dois carburadores de corpo simples . Seu cambio tinha quatro marchas e sua tração era traseira. Tinha freios a disco na dianteira e tambor atrás com acionamento hidráulico. Fazia de 0 a 100 km/h em 13 segundos e sua velocidade final era de 155 km/h. Sua suspensão era independente na frente, com barras de torção, barra estabilizadora e amortecedores telescópicos. Atrás também independente, com semi-eixos oscilantes, barra de torção, barra compensadora e amortecedores telescópicos. Seu preço era alto. Custava quase 40% a mais que o Puma GT que era um de seus maiores concorrentes. Em 1984, quando passou a usar o motor AP 1.8 da Volkswagen, sua velocidade final medida foi de 185 km/h mais coerente com os números do velocímetro. Em 1988 passou a usar o motor 2,0 litros do Volkswagen Santana. Mas a produção se encerrava neste mesmo ano.
Foram dez anos de produção de 1978 a 1988. São muito raros hoje. Fez sucesso no Brasil e no exterior.
Texto, fotos e montagem Francis Castaings.
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