Wilson: Um brasileiro a serviço da velocidade.

Wilson: Um brasileiro a serviço da velocidade.

Wilson Fittipaldi Junior, foi piloto de Fórmula Um na década de 70 pela equipe Brabham, Motor Racing Developments Ltd e também foi o fundador da primeira e única equipe brasileira de Fórmula Um a Copersucar-Fittipaldi. Infelizmente, Wilsinho ou Tigrão, faleceu em 23 de fevereiro de 2024, aos 80 anos de idade, em São Paulo, capital. Ele era o irmão mais velho de Emerson Fittipaldi, era o pai de Christian Fittipaldi, que correu na F1 entre 1992 e 1994 pelas equipes Minardi e Arrows

Ele pilotou o monoposto da equipe Brabham por duas temporadas, em 1972 e 1973 sem vitórias, mas com participações importantes e destaque em várias provas. Nesta época a equipe foi adquirida por Bernie Ecclestone, e Wilson, um novato, teve como companheiros o veterano britânico Graham Hill, bicampeão do mundo em 1962 e 68, e o argentino Carlos Reutemann. Sem pontuar no primeiro, ano, no segundo continuou na equipe, conseguindo o seu primeiro ponto no GP da Argentina. Com a vitória do seu irmão Emerson na corrida, tornaram-se nos primeiros irmãos da história a pontuar numa corrida de F1. Alguns meses depois, no GP da Alemanha de 1973, conseguiu um quinto lugar, ficando na frente do seu irmão numa corrida no difícil circuito de Nürburgring Nordschleife.

Mostrou habilidade. Wilsinho disputou 35 Grandes Prêmios da principal categoria do automobilismo, entre 1972 e 1975. A melhor posição conquistada por ele foi o quinto lugar no GP da Alemanha de 1973. Uma vez disse sobre a segurança da pistas em chuva: Se aqueles que largam na frente reclamam, imaginem aqueles que estão lá atrás. Verdade!

Nesta prova que fez história no automobilismo: não só foi a primeira vez que o “Tigrão” batera o “Rato”, como Wilson conseguia a sua melhor posição de sempre. E também foi a primeira vez que três brasileiros pontuaram num Grande Prêmio de Fórmula Um

O Fórmula Fittipaldi

Com o bólido brasileiro, havia também peças fabricadas em solo nacional, disputou dez provas em 1975, terminando em 16º atrás da equipe Lola, Lyncar e Maki. Quase todas as equipes usavam o motor Ford Cosworth DFV V8. Em 1976 seu irmão Emerson assumiu o cockpit e pilotou até a equipe terminar suas atividades em 1982. Não foi um fracasso, foi uma ousadia corajosa. Junto com o competente Ricardo Divila como projetista, Wilsinho passou o ano de 1974 construiu o chassis FD01 (Fittipaldi-Divila). O fórmula foi apresentado no Palácio do Planalto em Brasília, distrito federal, em Setembro de 1974.

Sua estreia se deu no Grande Prêmio da Argentina de 1975. Não foi um bom começo, apenas 13 voltas. Nesta época, por conta da família Wilson pai, o “Barão”, abaixo, filho e Emerson, os Grandes Prêmios, começavam uma paixão nacional.

A performance do carro não foi boa: em 14 corridas, Wilson conseguiu apenas participar entrar 10 corridas, e o seu melhor resultado foi um décimo lugar, em Watkins Glen, nos Estados Unidos.

No início de 1976, entregou o volante ao seu irmão Emerson, que havia saído da McLaren.

A sua carreira como construtor foi cheia de altos e baixos. Apesar de alguma esperança no início, especialmente com o segundo lugar no GP do Brasil de 1978, o final do contrato da Copersucar, em 1979, e depois, o final do patrocínio da cerveja Skol, no final de 1980, e o um contrato mal sucedido com a empresa petrolífera alemã Avia, no início de 1981, precipitaram o final da equipe, que aconteceu no final da temporada de 1982, com Chico Serra ao volante. Em 103 Grandes Prêmios realizados, em 120 possíveis, conseguiu três pódios e 44 pontos. Ingo Hoffmann também participou da empreitada

Antes, em solo nacional, Wilson e seu irmão fizeram o projeto interessante do Fitti-Porsche

E também do Fusca com dois motores acima. E participou de corridas de turismo com o Karmann-Ghia Dacon abaixo com bons companheiros.

Wilson também se dedicou-se aos negócios da família, relacionados ou não ao automobilismo, por vezes corria no Brasil, junto com seu filho Christian, foi campeão da Mil Milhas Brasileiras de 1994 com um Porsche 911 geração 993. Nas décadas de 80 e 90, participou de 5 edições da Stock Car. Uma vez li numa revista europeia quando do primeiro teste do Porsche 911 Turbo. Um dos poucos defeitos do esportivo: Não podia ser colocado na mão de qualquer um ! Para bom entendedor…

Nos anos 90 orientou a carreira do seu filho Christian, que participou de três temporadas, primeiro na Minardi, depois na Arrows, antes de seguir para os Estados Unidos, onde foi melhor sucedido na CART (Championship Auto Racing Team), também monoposto. Continuou a correr especialmente na Porsche Cup brasileira, ao lado do seu irmão Emerson.

Faleceu aos 80 anos de idade, deixando um grande legado de persistência e resistência na construção de um nome que se confunde, hoje em dia, com a história do automobilismo brasileiro e, certamente, do mundo inteiro.

Sua grande e maior vitória foi sua carreira brilhante como homem simples, educado, gentil, honrado, piloto ético e veloz, empreendedor e visionário. Quem obteve a super licença na década de 70, precisava ser muito bom piloto! Um precursor


A palestra Águas de Lindoia, São Paulo 28 de abril a 1º de maio de 2018

A palestra dos velozes e competentes

Presença sempre muito especial dos grandes pilotos Wilson Fittipaldi Junior e Bird Clemente. A palestra que emocionou muito os presentes no auditório do salão Onix do Hotel  Monte Real . Ambos contaram muitas histórias sobre a experiência veloz de ambos pelas pistas do Brasil e do exterior. Foram exibidos filmes e slides de época de ótima qualidade. E Wilson e Bird tem uma simpatia ímpar! Contaram casos sobre as corridas das décadas de 60 e 70. A experiência com a construção do primeiro Fórmula Um nacional, dos protótipos.

Wilson relatou suas experiências na década de 60 no kart (construiu uma pequena fábrica) , na equipe famosa equipe Willys, na construção do protótipo Fittiporsche, no Fusca de dois motores (foto abaixo), na Fórmula 2, na sua temporada da Fórmula Um em que correu no início com o Brabham BT33, 34, 37 e 42. Depois sobre o desafio da construção do primeiro carro de Fórmula Um brasileiro,  o Copersucar-Fittipaldi com motor V8 Cosworth.


Na premiação em Águas de Lindóia em 2018


Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Fotos de publicação do site

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