Mercedes-Benz C111: A ousadia da empresa Daimler-Benz na década de 70

Mercedes-Benz C111: A ousadia da empresa Daimler-Benz na década de 70

Para suceder, o famoso Mercedes-Benz 300 SL, lançado em 1954, a empresa alemã apresentou em 1969 no Salão de Genebra, Suíça um super esportivo que infelizmente não passou do estágio de protótipo. Mais uma vez, um carro muito interessante que a crise mundial do petróleo em 1973, impediu de ir a produção em série. Iria rivalizar com marcas de prestigio como Ferrari, Lamborghini e outros velozes da época.

Suas linhas ousadas chamaram muito a atenção. O departamento de desenho era liderado por Bruno Sacco, italiano, que entrou na empresa em 1958 e pelo alemão Josef Gallitzendörfer que trabalhou no famoso Mercedes-Benz Unimog.

Como a NSU, principalmente no modelo Ro80, e a empresa Citroën no GS Birotor, a Mercedes-Benz também queria utilizar um propulsor rotativo Wankel. O motor posicionado na traseira, não era inédito na empresa. A Mercedes-Benz chegou a fabricar 30 modelos do W130 em 1934, modelo com linhas semelhantes ao Volkswagen Typ 1 ou Fusca

Primeiro foi instalado um motor com três rotores, desenvolvidos pela fábrica, com 600 cm³ alimentado por uma injeção Bosch e desenvolvia entre 280 a 300 cavalos a 7.000 rpm. Equipado com uma caixa de cinco marchas, marca ZF e chegou a velocidade máxima de 270 km/h em Hockemheim. E foi pilotado por Rudolf Uhlenhaut que foi um engenheiro mecânico e executivo da Mercedes-Benz. Teve uma longa associação com o Mercedes Grand Prix nas décadas de 1930 e 1950, sendo mais conhecido por sua versão do carro de corridas Mercedes-Benz 300 SLR. Mas o torque em baixas rotações estava fraco.

Foi então adicionado um quarto rotor no C110-II e passava a ter 350 cavalos, chegava fácil aos 300 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos. Números ótimos. Já estava pronto para enfrentar o Lamborghini Miura e o Ferrari 365 GTB/4, ambos com motor V12.

Sua carroceria monobloco era em plástico reforçado em fibra de vidro. Existia um arco de proteção central, que dava mais rigidez a carroceria e servia também como uma barra anti-capotamento. Este modelo já tinha vários equipamentos de segurança testados que seriam aplicados em modelos de série. pesava 1.300 quilos e suas medidas eram eram 2,62 de entre eixos, 4,44 de comprimento, 1,80 de largura e 1,12 de altura. Foram feitos testes severos de aerodinâmica em modelos em escala, 1/12, escala natural em modelo feito em argila e num exemplar pré testes. Chegou a um coeficiente aerodinâmico (CX) de 0,32. Muito bom. Seus faróis escamoteáveis era um charme a parte assim com a abertura das portas e a tampa do motor atrás. Um Benz muito bonito e com desenho original.

Abaixo na pista de Nardo na Itália

O circuito de Nardò conhecido em inglês como Nardò Ring, outrora chamado oficialmente Fiat Centro Test, é uma pista de testes localizada na cidade italiana de Nardò, que foi construída pela Fiat em 1975. Desde 2012, a pista pertence à companhia alemã Porsche, que a batizou de Nardò Technical Center.Originalmente, o complexo começou com três pistas e atualmente possui mais de 20 traçados diferentes, usados para testar veículos em diversas situações. A pista tem um curioso formato de um círculo perfeito que tem 12,6 km de extensão (mesmo tendo o formato de uma circunferência, ela é considerada um circuito oval sem classificação). Além disso, suas pistas são inclinadas em um ângulo tal que compensa a força centrífuga produzida. Justamente por conta de seu curioso formato e da inclinação da pista, ela é considerada uma pista de testes perfeita, já que, por conta de sua “reta infinita”, a certa velocidade é possível percorrer todo o trajeto sem esterçar o volante

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O painel era completo e utilizaram vários componentes de outros modelos da fábrica. O volante de bom diâmetro era apreciado pelos alemães; Ainda contava com conta-giros graduado a 9.000 rpm com zona vermelha começando aos 8.000 rpm. O velocímetro a 300 km/h. Ambos ao centro e a direita marcador de temperatura do motor, do óleo, amperímetro, pressão do óleo e nível do tanque. Eram dois de 60 litros cada. Sua suspensão, independente nas quatro rodas, era baseada nos modelo da classe W107 SL e SLC. Os pneus na medida 195 VR 14.

Por incrível que pareça, o esportivo tinha um bom porta-malas

Por conta da crise do petróleo, foi construído, apenas para pesquisas, o C111-IID. Foi utilizado o motor do Mercedes-Benz 240 D série W114. Preparado e com turbo compressor, 190 cavalos, este modelo com motor diesel, chegou a 250 km/h também no anel de Nardó. O desafio foi positivo, pois provaram que o motor movido a óleo, podia ter um performance alta. Seu CX era de apenas 0,18.

Foi uma iniciativa brilhante da empresa, mas infelizmente não entrou em produção e foi mais um carro vitima da crise do petróleo em 1973. Pode ser visto em grandes salões ou no museu da empresa em Stuttgart


Texto, fotos Retroauto, fotos de divulgação do site. Montagem Francis Castaings                                                                                       

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