O Esportivo do empresário paulista Milton Adamo
Com linhas esportivas com inspiração europeia o Adamo GT-2 foi apresentado no IX Salão do Automóvel, em São Paulo, capital, em 1974. Como ele já havia o Puma GT que, após reestilização, em 1967, passou a usar a boa e confiável mecânica de quatro cilindros opostos (motor Boxer) da Volkswagen, sendo que o Adamo usava o motor 1500 do Fuscão. O carro tinha 2,4 metros de distância entre eixos, 4,1 metros de comprimento, largura de 1,69 e altura de 1,01 metros. Baixo como todos os esportivos na época. Sua carroceria era em plástico reforçado com fibra de vidro, duas portas, dois lugares, plataforma de aço Volkswagen com túnel central. O primeiro carro construído de Milton foi o GT em 1970 sem portas que estava mais na categoria de um bugue. Foi apresentado no estande da Petrobras no VI Salão do Automóvel de 1968.
No GT-2 na frente havia quatro faróis circulares e abaixo do para-choque dois faróis auxiliares retangulares e duas pequenas luzes de seta de formato circular. No capô dianteiro havia duas entradas de ar para aeração interna e seu porta malas tinha capacidade para 240 litros. Atrás dos bancos havia um espaço regular para mais bagagens. Na traseira duas lanternas circulares sendo que as de ré eram internas. Com agressividade, duplo escapamento traseiro da marca Kadron. Seus concorrentes eram o Puma GT, o Volkswagen SP-2 e o Bianco. Em termos de beleza, se rivalizavam. E como os outros dois, eram carros caros e por isso muito exclusivos. Antes da produção deste, a indústria de móveis de poliéster da família, no queria de diversificar os produtos da empresa. No caso do GT-2 foi desenhado por Milton. Bom gosto!
O carro apresentado nesta foi fabricado entre 1974 a 1990. Seu motor boxer tinha 65 cavalos a 4.600 rpm e torque máximo de 4.600 rpm. Se a taxa de compressão de 7,2:1 fosse maior, mas mesmo com essa, usando a saudosa gasolina azul, sua velocidade final de 148 km/h e 0 a 100 km/h em 19,4 segundos, ia aumentar. Se recebesse um Kit de preparação da empresa paulista Dacon ia ficar mais interessante ainda. Seu cambio tinha quatro marchas e sua tração era traseira. Sua suspensão dianteira era independente com duas barras de torção, feixes de molas, amortecedores telescópicos hidráulicos. Atrás também independente, com semi arvores oscilantes, duas barras de torção cilíndricas e também amortecedores telescópicos hidráulicos. Seus freios dianteiros eram a disco com circuito independente e tambores atrás. Suas rodas eram de liga eram na medida 14 x 7 polegadas e calçava pneus radiais dianteiros na medida 175/70 SR 13 e atrás 185/70 SR 13. Seu peso era de 890 quilos. Adequados ao carro que tinha boa estabilidade com tendência de sair de traseira nas curvas mais fechadas chegando ao limite. Quem não gosta de diversão e emoção?
Seu painel era discreto, mas rico em instrumentação, com velocímetro graduado a 200 km/h. conta-giros a 6.000 rpm, volante esportivo de três raios, marca Phanter, com opção de aro de madeira e quatro relógios no console que tinha marcador de nível de combustível, nível do tanque de 40 litros, o útil amperímetro e marcador de temperatura. E um ótimo e saudoso toca-fitas. Os instrumentos do Adamo eram oriundos do SP-2. E também outros componentes da produção em série. Em termos de conforto havia bancos,reclináveis, com apoio de cabeça, apoio lombar e acabamento no painel eram ótimos. No assoalho havia carpete e tapetes de borracha.
Visto de perfil era muito bonito e como todo esportivo, linhas esguias e aerodinâmicas. Todo o conjunto era muito bonito em uma época de carros distintos com carrocerias com desenhos originais e muito inspirados. Infelizmente poucos sobreviventes. A título de comparação o O VW SP-2 custava Cr$ 46.400, o Puma GTE Cr$ 51.900, e o Fusca 1500 que lhe emprestava a mecânica Cr$ 25.600, O GT Adamo custava Cr$ 48.000.
Em 1979, foi lançado a versão GTL, havia nova grade, novo painel, novas tomadas de ar, logo após o vidro lateral traseiro para melhorar o arrefecimento do motor que assava a ter 1.584 cm³ e 65 cavalos. Mas o corpo da carroceria era quase o mesmo do GT-2. E havia mais um concorrente: O Dardo. Na frente o GTL vinha com faróis escamoteáveis, e na traseira, lanternas de Alfa Romeo 2300 Ti. Depois vieram o CRX 1980, GT 1982 e 1983 já contava com motor AP600 do Passat. O GTM C2 1984 e o CRX 1,8 que era usado no Passat e Santana. Abaixo o modelo GTM C2 lançado no XII Salão do Automóvel em 1981. Ainda usava o motor arrefecido a ar.
Foram produzidos cerca de 1700 veículos, na maior parte o modelo CRX, e alguns deles exportados para os Estados Unidos da América e também para a África do Sul que já eram clientes do concorrente Puma. O modelo GT-2 tem as linhas mais harmônicas de todos.
Texto, fotos e montagem Francis Castaings
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