O Onça FNM: O Felino Brasileiro com coração italiano
O primeiro automóvel elegante de origem italiana começou a ser produzido no Brasil em abril de 1961, justamente no mesmo mês que era anunciada a nova capital federal, Brasília, localizada na região Centro-Oeste do país. Este belo sedã iria concorrer com o Simca Chambord de origem francesa e o Aero Willys de origem americana. Chamava-se FNM 2000. A Fábrica Nacional de Motores foi fundada, em 1942 chamada por todos FNM, ou Fenemê
O grande projetista e advogado italiano Genaro Malzoni, mais conhecido como Rino, nascido na Itália em 1917, foi o criador do GT Malzoni, Puma GT, Puma GT4R e Puma GTB. Em 1964 a FNM contratou os serviços de Rino para desenvolver uma carroceria cupê com estilo esportivo sobre a base do FNM. Nascia o FNM Onça com clara inspiração nas linhas laterais do Ford Mustang cupê americano dos anos 1965/1966.
Seu motor, do FNM 2000, tinha quatro cilindros em linha, 1.974 cm³ (84,5 mm de diâmetro por 88 mm de curso), arrefecido à água, 95 cavalos a 5.300 rpm, carburador de corpo duplo da marca Solex com duplo estágio, duplo comando de válvulas no cabeçote (em liga leve) como é tradição na Alfa, válvulas de escapamento refrigeradas com sódio em seu interior e câmaras de combustão hemisféricas. Sua taxa de compressão era de 8,25:1 necessitando da boa e saudosa gasolina azul. No Onça 115 cavalos A bela traseira também inspirada no Ford Mustang
A caixa tinha cinco velocidades e tração era traseira. Fazia de 0 a 100 km/h em 15 segundos e sua final real era estimada em 165 km/h, mas o velocímetro era graduado à 180 km/h. Seria o carro nacional mais rápido!
Os pneus eram radiais da marca Pirelli, o famoso Pirelli Cinturato na medida 175 x 80 x 400, o primeiro a equipar no Brasil um carro de série. Não tinha faixa branca nem como opcional. Era um cupê luxuoso, com tendências esportivas. Como se nota nas fotos do modelo branco, os pneus mais largos deram um ar mais esportivo ao cupê que ficou mais bonito. Abaixo o painel com boa instrumentação como o FNM 2000. Velocímetro graduado a 180 km/h, conta-giros a 8.000 rpm, nível do tanque de gasolina, marcador de temperatura e amperímetro. No Onça os bancos em couro eram separados e a alavanca de marchas passava a ser no console muito bem posicionada. Podia ser equipado com rádio AM, ventilador e volante com três raios de alumínio da marca Walrod americana. O painel tinha imitação jacarandá a pedaleira também com desenho esportivo.
Sua carroceria era em plástico reforçado com fibra-de-vidro, o cupê era mais leve e mais curto em 290 milímetros que o FNM do mesmo ano. Seu motor também era mais apimentado com potência de 115 cavalos, tinha maior taxa de compressão gerada pelos pistões com nova geometria e aos dois carburadores duplos Weber! Não foram construídos muitos, em torno de oito, mas um sobrevivente, o exemplar vermelho, foi apresentado no tradicional grande encontro em 2010 na cidade de Araxá, Minas Gerais, no evento Brazil Classics Fiat Show, XIX Encontro Nacional de Automóveis Antigos onde foi prestada uma homenagem a Toni Bianco e estavam lá os bólidos de corrida Fúria, o Onça e vários carros de origem italiana.
Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Fotos do carro branco foram gentilmente cedidas por um colecionador
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