Willys Interlagos: O Primeiro esportivo brasileiro com motor Renault
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Aqui o modelo Alpine A108 foi fabricado sob licença nas versões conversível, cupê e berlineta na década de 60. O único concorrente nacional era o Karmann-Ghia da Volkswagen que era mais barato e tinha produção muito maior.O Interlagos foi o primeiro nacional com carroceria fabricado com plástico reforçado com fibra-de-vidro, ideal para produção em pequena escala, por dispensar a utilização de caras prensas para chapas de aço. Tinha carroceria monobloco e chassi com estrutura tubular de aço e propulsor dos Renault Dauphine e Gordini.
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Vendido nas concessionárias Willys nos apenas sob encomenda, era oferecido em três versões: cupê (com o capô traseiro em linha mais definida, como em um três-volumes, muito raro), berlineta (o desenho original do Alpine) e conversível (pioneiro na indústria nacional). Em valores competia com o DKW Fissore, com o FNM 2000, um pouco mais em conta que um Simca Chambord, mais caro que um karmann-Ghia, a exceção deste, era mais caro que todos Volkswagen, quase o dobro de um Dauphine, sendo que o conversível e a Berlineta eram os mais caros da linha. Esses valores em 1965 eram expressos em milhares de cruzeiros.
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São raros hoje, mesmo em exposição, feiras e encontros contam-se nos dedos. Tinha comprimento de 3,78 metros, entre-eixos, 2,10 metros e peso de 535 quilos. Sua suspensão dianteira, era independente, braços sobrepostos e traseira, independente, semi-eixos oscilantes. A fábrica do Interlagos ficava no bairro paulistano do Brás, mas logo mudava-se para o de Santo Amaro. Era uma filial da Willys-Overland do Brasil que ficava no bairro do Taboão, em São Bernardo do Campo, São Paulo e sempre foi dirigida por gerentes americanos. Foi lançado no Salão do Automóvel de 1961 em São Paulo
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O piloto Christian Heins dirigia a área de competições até sua morte, na 24 Horas de Le Mans em junho de 1963, pilotando justamente um Alpine. Com a morte de Heins, assumiu a direção da divisão Luiz Antonio Greco, que se tornaria um dos grandes nomes do automobilismo brasileiro ( Veja no final da matéria)
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Seus freios dianteiros e traseiros eram a tambor. Suas linhas harmoniosas logo conquistaram o público. A silhueta baixa, as formas suaves e arredondadas, os faróis circulares sob coberturas plásticas e as tomadas de ar atrás das portas conferiam-lhe um ar moderno e esportivo, inspirado em carros esporte renomados da época. Abaixo um modelo premiado em Águas de Lindóia em 2013.
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Os para-lamas traseiros da berlineta eram diferentes, com uma reentrância em curva atrás do arco de roda. O ângulo menos agradável das três versões era a traseira, com ampla grade (necessária para saída de ar do radiador) que destoava da pureza do estilo.
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Alguns cometem a heresia de colocar um motor VW à ar sendo que seria melhor um quatro cilindros em linha do Ford Corcel da mesma origem Renault.
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Recebeu o nome de Willys Interlagos em homenagem ao famoso autódromo situado em São Paulo, capital. Foram 822 unidades produzidas de 1962 a 1966. Era, como vários esportivos, um carro para dois ocupantes. O interior deixava clara a concepção esportiva: bancos individuais anatômicos com encosto reclinável, bem baixos (deixando as pernas quase horizontais), volante de três raios com revestimento de madeira no aro. O painel incluía conta-giros, raro na época no Brasil, mas não os mostradores de pressão e temperatura do óleo e amperímetro, como na versão francesa, mas havia a adaptação com acessórios de época . Atrás dos bancos havia um pequeno espaço para bagagem, em complemento ao porta-malas dianteiro e que podia apenas acomodar duas crianças em pequenos trajetos.
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O painel era muito bem equipado. Tinha velocímetro graduado a 180 km/h, inserido neste marcador de nível de combustível, hodômetro parcial e total, relógios de horas, conta-giros até 8.000 rpm com zona vermelha começando a 6.000 rpm e podia receber rádio AM. O volante de três raios tinha boa pega e a alavanca de marchas, quatro no total, podia receber pomo de borracha ou madeira.
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Tinha motor de quatro cilindros em linha e 845 cm³, 904 e 998 cm³, com potências de 40, 56 e 70 cavalos, respectivamente. Mas preparadores como Luiz Antonio Grecco usavam carburadores Weber de corpo duplo como eram utilizados nos motores franceses, novos coletores e camisas, pistões especiais, escapamento trabalhado, alívio de peso e passavam a cilindrada a 904 e 997 cm³, obtendo velocidade máxima em torno dos 160 km/h. Com o motor original desenvolvia 70 cavalos. Graças ao baixo peso, o pequeno Willys acelerava junto de carros esporte de renome. A berlineta de 70 cavalos chegava a 80 km/h, partindo do zero, em 9,3 segundos e a 100 km/h em 14,1 segundos, conforme medições de uma revista da época.
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Abaixo um raro conversível. Seu tanque de combustível tinha 32 litros e o consumo era de 10 km/l na cidade e na estrada 14 km/l. Pouco importante na época de gasolina barata.
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Foi também fabricado sob licença no México e na Espanha
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Fez bonito nas ruas e pistas
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Havia no cupê a opção de capota de fibra removível
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Nas pistas do Brasil
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Fez sucesso nas pistas correndo pela equipe oficial da Willys.
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Nomes como José Carlos Pace, Luiz Pereira Bueno, Jan Balder, Bird Clemente e os irmãos Wilson e Emerson Fittipaldi pilotaram o Interlagos. E também os primeiros Bino que eram baseados na berlineta.
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Abaixo Bino, Christian Heins que foi um piloto de grande talento
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Com Jean Rédélé piloto e fundador fundador da marca Alpine .
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E o Jornalista e publicitário, Mauro Salles grande incentivador e apoiador da indústria automobilística nacional principalmente nos anos 60
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A equipe Willys após o sucesso dos três citados, deu impulso a um novo projeto de uma carro muito interessante cuja carroceira levou a assinatura de Toni Bianco, afamado e competente construtor de automóveis e protótipos. O carro de corridas chamado de Bino Mark I pela Willys era pitando de verde amarelo. Os resultados foram muito bons. Os protótipos da equipe conseguiram primeiro e segundo lugar nas Mil Milhas de 1967 em Interlagos, São Paulo, vencendo carros de motores bem mais potentes que os 130 cavalos do motor 1.300 cm³ do Gordini. Este carro chegou a frente do Porsche 911, Alfa Romeo GTA, Malzoni DKW…
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O chefe da equipe era Luiz Antonio Grecco.
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Daí nasceu o interessante protótipo Bino Mark II, protótipo com cabine aberta e seu motor tinha 1.440 cm³ e bons 125 cavalos. O sucesso do Bino Mark II foi enorme principalmente do saudoso e competente Luiz Pereira Bueno.
As vendas e o leilão.
Sem mecânica, estofados e com muita coisa a fazer neste Willys Interlagos em Araxá, Minas Gerais
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Em escala
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O tradicional fabricante italiano Bburago fabrica o modelo em várias escalas. Na 1/16 há decorações Tour de Corse e Rallye de Monte Carlo. Na 1/18 oferece cores azul e vermelho do modelo A110 1600S de 1971.
A Dell Prado Collection também ofereceu em bancas de jornais o modelo na cor azul na escala 1/43. Bem acabado vinha numa plataforma preta. Veja as fotos.
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A Martoys fez nos anos 70 um modelo na escala 1/24. As portas, capô dianteiro e traseiro se abrem. Bem acabado e decorado conforme. É azul com número 96 na foto. A Eligor francesa vendeu nas bancas de lá o Willys Interlagos da foto. Bem acabado também a empresa fez uma bela homenagem para nós e para eles também.
Não posso deixar de citar os ótimos modelos empresa brasileira Rolitoys que produziu os modelos em Zamac (metal compostos de Zinco, Alumínio, Magnésio e Cobre) com diversos temas. Abaixo modelos Berlineta Interlagos e os Vemaguet
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Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Fotos de divulgação e fotos publicadas neste site
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